A Caminho da Serra do Açor - Benfeita

No dia seguinte à visita a Góis, deixámos o Parque de Campismo da vila, que nos proporcionou uma estadia maravilhosa e de enorme sossego e rumámos à Serra do Açor, para ali visitarmos a Fraga da Pena, uma linda queda de água rodeada de enorme e refrescante arvoredo, e a aldeia do Piodão, uma das aldeias históricas de Portugal.
A partir de Góis toma-se a estrada para Arganil. Em Arganil seguimos em direção da Serra do Açor, por um caminho que se aproveita das sinuosidades lavradas pela ribeira que tem o nome de Carcavão, para fazer o seu próprio itinerário.

Percorre-se a estrada estreita ao lado da ribeira que nasce numa paisagem protegida, em direção da aldeia de Benfeita. É ali que se chega a uma serra com nome de pássaro, a Serra do Açor.
Em Benfeita podemos dizer que chegamos ao lugar onde se faz o encontro de duas ribeiras, a do Carcavão, que nos acompanhou até Benfeita e a ribeira da Mata da Margança, que irá criar a famosa Fraga da Pena.

Benfeita é uma das Aldeias do Xisto. É uma pequena aldeia solitária e antiga, inserida numa região predominantemente montanhosa, a cerca de 450 metros de altitude, na encosta da Serra do Açor. Está situada num pequeno vale, rodeado pelas cumeadas da Deguimbra, do Monte Redondo, da Picota da Margaraça e da Chama.
Sendo atravessada pelas frescas ribeiras da Mata e do Carcavão, Benfeita não tem outros horizontes que não sejam as encostas que a envolvem e o céu que tudo cobre.

Paramos e encaminhamo-nos para o interior da aldeia, para percorremos as suas ruas, onde se sente a frescura dos ribeiros que ali se cruzam. No recuperado Moinho do Figueiral, ainda é possível ver como antigamente se aproveitava a força da água para mover o alambique.
Do outro lado da rua descobre-se a Igreja Paroquial e um pouco mais ao lado o atelier da Feltrosofia, onde se fazem artesanalmente peças de feltro com um design inovador. Ali podemos também visitar a Loja das Aldeias do Xisto e o Centro Documental, na recuperada Casa de Simões Dias.

Nas margens da ribeira, ressalta o busto de Simões Dias (1844-1899), um monumento que homenageia o nobre filho da terra e poeta, com lira sonante na segunda metade do séc. XIX. Ressalva também o milho estendido nas ruas, entregue às queimuras com que o afaga o astro rei.
Na aldeia é ainda obrigatório subir à Fonte das Moscas e apreciar o conjunto de casario branco com as suas ruelas e passadiços característicos, nas quais se destaca a Torre da Paz, de alvenaria de xisto.

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